Este empreendimento não marca só o inicio de 50 nos da trajetória vitoriosa de um grupo imobiliário. Ele marca também a historia da arquitetura brasileira, conforme atestam diversos livros de especialistas.
Na época, nenhuma estrutura de concreto armado tinha tal grandeza, e o Grupo Mendes Caldeira não temeu o desafio. Fez subir, no ponto focal da cidade - Vale do Anhangabaú, ao lado da Praça Ramos de Azevedo, um monumento simbólico. Essa construção antevia décadas de propriedade urbana, e o fazia com a classe e as qualidades exigidas pela circunstancia. O projeto arquitertônico de Lukjan Korngold traçou um dossel de concreto e vidro que sei impõe ao vle sem destoar dele. Curiosamente suas linhas retas e foras seriais não se chocam com o rebusca mento Belle Époque do Teatro Municipal, logo alto, funcionam como uma base que o põe ao nível, criando um ritmo ágil como o cotidiano da cidade. E levam os olhos até o topo aonde um corte simétrico e invetivo decora o conjunto, dando-lhe um “cabeça”, assinalando a humanidade embutida em sua engenharia. E servindo como um sinal da vocação paulistana, cumprida apenas parcialmente pelas gerações seguintes: um sinal de que é possível fazer uma cidade grande e humana ao mesmo tempo. Aquilo que, naquels bonstempos, se chamava simplestmente de urbanidade.
Texto: Daniel Piza