Nos anos 80 o Grupo Mendes Caldeira voltou a participar de um empreendimento na Avenida Paulista. Desta vez, porém, o pioneirismo se manifestou de outro jeito: na ação preservadora. Ao investir nesse prédio comercial, o Grupo "adotou" a Casa das Rosas, coligando os terrenos, fazendo um dos raros jardins fechados da cidade e protegendo um dos últimos casarões da avenida. Enquanto o estilo do prédio, que tem sua entrada principal na Alameda Santos, é característico dos anos 80, a Casa das Rosas é de um charme ornamental que ficou para a historia. Mas, como ocorrera no Vale do Anhangabaú quase 40 anos antes, não houve um atrito visual. Com o jardim, conservou-se a individualidade da casa naquela fileira de arranha-céus, e o próprio estilo austero do edifício ajudou a manter essa individualidade. Há outra semelhança com o CBl-Esplanada: como ele, o Parque Cultural tem o lay-out vertical, retilíneo e envidraçado, dinamizado por uma incisão no topo. E também ali se criou uma representação da filosofia do Grupo, ao se combinar inovação e tradição, num diálogo pautado pelo realismo e pela credibilidade, que tem inspirado seus parceiros há já tantos anos.
Texto: Daniel Piza